Algarve

Uma Região com História

A história do Vinho em Portugal começa na Região do Algarve

Como região vitivinícola, o Algarve tem uma longa tradição que remonta à época dos Fenícios e Gregos, que introduziram o vinho na região através não só do comércio, como também do seu cultivo, entre os séculos VIII a.C. e VI a.C.

Entre os séculos II a.C. e V d.C., a região passa a estar sob ocupação romana, integrada na província da Lusitânia. A integração no império romano desenvolve a produção e o comércio do vinho, que passa a ser exportado para outras partes do império. O Vinho do Algarve tornou-se famoso pela sua qualidade e variedade, sendo apreciado por imperadores e figuras da alta sociedade romana, como um produto especial qualidade.

Com a invasão dos muçulmanos, no século VIII, a cultura da vinha e do vinho sofreu um declínio, devido às restrições religiosas ao consumo de álcool. Contudo deve-se a este povo a introdução de novas técnicas agrícolas como a irrigação, essencial para a produção de vinho em regiões mais secas, e novas castas que enriqueceram a viticultura algarvia.

No século XIII dá-se a reconquista cristã. O vinho voltou a adquirir protagonismo no Algarve, sendo um elemento essencial na alimentação, saúde e religião. O mesmo passa a ser exportado para vários países europeus, especialmente para a Inglaterra, usado essencialmente em trocas comerciais com bens de elevada importância: tecidos, peles, cereais, etc.

Entre os séculos XV e XVII o vinho do Algarve era usado para abastecer as caravelas portuguesas, que partiam nas viagens de exploração marítima, por não se estragar com a mesma facilidade que a água. Era também um produto importante no comércio com os países africanos e asiáticos.

No século XVIII, o Algarve vive um novo período áureo da produção vinícola, graças à expansão de áreas de cultivo e à melhoria das técnicas de produção. O Vinho do Algarve era considerado um dos melhores do país, rivalizando com os vinhos do Douro ou do Dão.

Contudo, no século XIX, a Região enfrenta uma série de crises que afetaram a produção vitivinícola. Primeiro as invasões francesas, que provocaram uma série de saques e destruições nas propriedades rurais. De seguida, a filoxera, que dizimou vinhas por toda a Europa: o algarve não foi exceção. Por fim, a concorrência dos vinhos estrangeiros, que entravam no mercado português com preços mais baixos, combinada com o êxodo de trabalhadores rurais em busca de melhores condições de vida, levou a um declínio da produção de vinho na região.

Ao entrarmos na segunda metade do século XX, assistimos a um renascimento da cultura da vinha e do vinho no Algarve, graças ao esforço de alguns produtores que apostaram na recuperação das castas autóctones e na modernização das técnicas de produção. O Algarve passou a ter quatro denominações de origem controlada (DOC): Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira e passa também a assumir o controlo e certificação dos vinhos com IG – Indicação Geográfica Algarve. Os seus vinhos voltam a ser reconhecidos, ganhando diversos prémios nacionais e internacionais pela sua qualidade e originalidade.

Atualmente, o Algarve é uma região vitivinícola dinâmica, que oferece uma diversidade de vinhos brancos, tintos, rosés, espumantes e licorosos. O Vinho do Algarve é um produto de excelência que reflete a história, a cultura e a identidade da região.